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O Filho Pródigo: Identifique-se Como Filho e Remova as Raízes da Carência

O texto de hoje tem como base os ensinamentos do capítulo 3 do livro “Removendo as raízes da carência”, de Luiz Hermínio. Vamos abordar os ensinamentos que Jesus nos deixou através da parábola do filho pródigo e como podemos aplicar esses ensinamentos na nossa vida.


Principais Pontos do Artigo

  • A parábola do filho pródigo ensina sobre o perdão e a misericórdia de Deus, representado pelo pai que acolhe de volta o filho arrependido.
  • Jesus falou aos marginalizados e excluídos, destacando a importância da inclusão e compaixão na prática cristã.
  • A história realça a importância do arrependimento e do retorno ao lar espiritual, simbolizando a volta à casa do Pai (Deus) após o reconhecimento dos próprios erros.
  • Deus permite que façamos nossas escolhas, esperando que reconheçamos a necessidade de Sua presença em nossas vidas, como o filho que volta ao pai.
  • O contraste entre os dois irmãos na parábola ilustra diferentes respostas humanas à misericórdia divina, ensinando sobre o julgamento, o amor incondicional e a alegria pelo arrependimento do outro.

O Filho Pródigo

Em Lucas 15, 11-32 podemos ver esta linda parábola.

Certa vez, estava Jesus pregando para duas classes marginalizadas pela sociedade da época: os cobradores de impostos e os pecadores. Os cobradores eram tidos pelos judeus como sendo traidores pois, na visão deles, extorquiam dinheiro dos próprios irmãos. Já os pecadores, eram excluídos por seguirem um padrão de vida não aprovado pelos religiosos.

Jesus disse: “Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente.

Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.

Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’. A seguir, levantou-se e foi para seu pai.

Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso.

Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’.

O filho mais velho encheu-se de ira e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’ Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’”.

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Jesus Fala aos Excluídos Sobre o Filho Pródigo

Antes de entrarmos na discussão da parábola do filho pródigo, vamos nos ater a um pequeno detalhe mas de graaaaande importância: Jesus estava falando aos excluídos, marginalizados… Falando àqueles a quem ninguém ousava ensinar, comendo com eles e tratando-os de igual para igual.

Jesus tentava ensinar a eles o que ninguém mais queria ensinar. Mas ele sabia que a Palavra de Deus devia alcançar o máximo de pessoas e que se o próprio Jesus fizesse isso, seria um exemplo a todos aqueles que o seguiam e acreditavam nele.

Isso serve muito para nos mostrar que a exclusão de pessoas por qualquer motivo não deve fazer parte do comportamento cristão. Pelo contrário, podemos estender as mãos a todo aquele que precisar, inclusive tratando-o com o mesmo respeito com que tratamos qualquer outra pessoa. Não precisamos conviver com pessoas que não fazem parte do nosso ciclo de amizades escolhidas a dedo, mas precisamos respeitar todos e estender a nossa mão sempre que nossa ajuda for necessária.

Tenhamos compaixão pelo próximo, como Jesus teve de todos os pecadores e como tem de nós ainda hoje. Pois Jesus morreu na cruz por mim, por você e por todas as outras pessoas do mundo, inclusive por aqueles que carregam os piores pecados, se é que existe algum nível de gravidade para o pecado.


O Filho Pródigo na Vida Real

Vamos imaginar que a parábola fosse uma história real e vamos trazer suas entrelinhas para nos aproximarmos mais da nossa realidade.

Um pai, trabalhador, que conseguiu administrar muito bem seu patrimônio, dividiu a sua herança, muito antes do previsto, e deu ao filho mais novo a parte que lhe cabia, a pedido desse filho. O filho pediu e o pai atendeu.

Provavelmente, o pai conhecia muito bem o seu filho para saber das suas intenções e mesmo assim partiu os bens… mesmo sabendo que o resultado poderia ser desagradável.

O filho então foi embora de casa, levando toda a sua riqueza consigo e, ao invés de administrar seus bens, como seu pai havia feito, gastou tudo irresponsavelmente, com comportamentos e hábitos que seriam desaprovados pela família e por Deus.

Nesse momento da história, imagino como estaria a cabeça do pai, com esses acontecimentos… A preocupação com o bem estar do filho, imaginando o que poderia estar acontecendo a ele…

O filho que, agora sem suas riquezas, passava por necessidades, aceitava comer a comida que davam aos porcos, mas nem isso recebia. Então, após muito sofrimento, o filho se lembrou de que nem os empregados de seu pai eram tratados de forma tão hostil e resolveu voltar para a casa do pai, pedir perdão e se humilhar, implorando para ser tratado como um empregado ao invés de voltar a ser tratado como filho, com todos os privilégios de um filho. Afinal, na sua cabeça, ele já havia perdido tais privilégios quando saiu da casa do pai e gastou toda a sua herança.

O pai, quando o viu chegar, se encheu de compaixão e correu para seu filho, abraçando-o e beijando-o. Ordenou aos empregados que lhe vestissem como herdeiro e que providenciassem uma grande festa para comemorar o retorno do seu filho que havia se perdido na vida, mas que agora estava de volta à casa do pai.

O filho havia errado, mas reconheceu seu erro e foi recebido de braços abertos pelo pai.

O pai sabia que agora, o filho reconhecia a importância de sua família e como seus atos afetariam seu futuro. Na visão do pai, o filho agora estava pronto para uma vida de responsabilidade, como ele nunca esteve antes de deixar sua casa. Talvez se o pai não tivesse deixado o filho ir, nunca o teria a seu lado, mesmo estando debaixo do seu teto.


Somos os Filhos Pródigos de Deus?

Deus Pai faz exatamente como o pai do filho pródigo. Deus nos deixa livre para que possamos escolher se vamos ficar ao lado Dele ou se vamos sair pela vida afora, sem a sua proteção e segurança.

Ele faz isso porque espera que aqueles que escolhem sair pelo mundo afora vejam, algum dia, que a casa do Pai, a casa Dele, é a nossa melhor escolha. Ele faz isso porque deseja que a nossa vontade seja pertencer ao Seu Reino, que sejamos Seus filhos.

João 1:12-13 nos diz: “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus”. Ou seja, Deus nos deu o privilégio de nos tornarmos seus filhos bastando que recebamos e creiamos em Jesus como o filho unigênito de Deus, aquele que deu o seu sangue para nos salvar do pecado, para que pudéssemos ter a chance de viver a eternidade ao lado Dele e do Pai.

Salmos 103,13 diz que “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem”. Dessa forma, assim como o pai da parábola teve compaixão do seu filho desgarrado que retornou e se humilhou, Deus também tem compaixão de nós e nos recebe de braços abertos e com a maior festa cada vez que uma pessoa se torna Seu filho ou mesmo cada vez que um filho desgarrado se arrepende de seus pecados e retorna para baixo da proteção Dele, do Seu amor infinito e incondicional.


A Compaixão Pelo Filho Pródigo

Assim como Jesus teve compaixão dos marginalizados e excluídos, o pai teve compaixão do filho pródigo e assim também Deus Pai tem compaixão de nós a todo o tempo, pois somos sempre pecadores. Mas o fato de sermos pecadores não importa para Deus, e sim o que importa é o fato de termos a consciência do que é certo e errado, reconhecermos nosso erro e nos esforçarmos para andar no caminho certo, assim como fez o filho pródigo. Assim como o pai da parábola, Deus sabe as intenções do nosso coração.


O Amadurecimento do Filho Pródigo

O filho pródigo percebeu as dificuldades pelas quais passava e logo quis retornar ao seu porto seguro: a casa do seu pai.

Hebreus 12:7-8 diz: “Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos”. Ou seja, devemos ver as dificuldades como oportunidades para que Deus nos discipline, assim como um pai terreno disciplina seu filho.

Se somos filhos de Deus, certamente seremos disciplinados por Ele. Se não houvesse essa disciplina, então não seríamos filhos de Deus.


Deus Nunca Abandonará o Filho Pródigo

Vamos lembrar que o pai poderia ter impedido a saída do filho, mas não o fez.

Assim como esse pai, o nosso Deus nos dá o livre arbítrio, para que possamos decidir o caminho que queremos seguir. E, mesmo sabendo que uma escolha pode ser a pior, Ele nos deixa seguir até que possamos reconhecer o nosso erro e voltar para seus braços. Apesar de andarmos por caminhos tortos, Deus nunca abandona seus filhos à própria sorte. É como se ele ficasse à espreita, esperando um sinalzinho nosso para se manifestar. E, muitas vezes, mesmo sem pedir, ele vem a nosso socorro.

É importante ressaltar que se estamos com Ele, seu Espírito Santo nos incomoda para que possamos evitar os caminhos tortuosos e, se porventura cairmos em um deles, seu Espírito Santo nos leva à luz para sairmos da escuridão. Tudo o que temos que fazer é entregar os nossos passos ao Pai eterno, para que Ele nos conduza.

Mateus 7:11 diz: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!”. Entreguemos então nossos caminhos a Deus e deixemos que Ele cuide de tudo para nós. Sigamos com as nossas ações sempre pedindo a aprovação do Senhor e assim será!


O Herdeiro Que Não se Posiciona Como Filho

Um último ensinamento que podemos retirar, nesse momento, da parábola, é em relação ao outro filho, o filho que sempre esteve ao lado do pai, sendo responsável com seu trabalho, seus bens e sua vida.

Esse filho, por um momento, indignou-se com o pai, por ter recebido o irmão de braços abertos e ainda com festa. Sua queixa era no sentido de que ele nunca havia tido privilégios agora concedidos ao irmão irresponsável, mesmo cumprindo todas as suas funções e obrigações com honra e êxito.

Ele não conseguiu ver a importância do arrependimento do irmão e de seu retorno ao lar, local onde poderia aprender tudo o que havia se recusado a aprender até hoje, sob a proteção da família, tendo a chance de levar uma vida que pudesse garantir o melhor para seu futuro.

Quantas vezes fazemos como o irmão responsável? Quantas vezes olhamos com desdém o arrependimento daqueles que nos rodeiam, ao ponto de nos sentirmos incomodados, com raiva e inveja?


Alegremo-nos Com o Retorno dos Filhos Pródigos!

Devemos nos libertar desses pensamentos que nos arrastam para caminhos tortuosos, nos lembrar do exemplo de Jesus, que foi pessoalmente captar as ovelhas desgarradas às margens da sociedade. Devemos nos lembrar de que Deus vai em busca dos perdidos, de que Jesus morreu por todos nós, inclusive pelo irmão irresponsável.

Quanto ao irmão responsável, o pai deixa claro que ele é o herdeiro de todos os seus bens. Ou seja, esse filho não precisa de privilégios porque ele já é herdeiro, sempre foi, nunca deixou de ser.

Assim também somos nós: herdeiros do Senhor, herdeiros do Reino Celestial. Por isso, devemos sempre nos alegrar quando esse Reino ganha mais súditos, mais herdeiros! Porque o Senhor se alegra com isso. E se o Pai se alegra, essa também deve ser a alegria dos filhos!

Convido você a se enxergar como filho(a) e herdeiro(a) do Senhor e se alegrar verdadeiramente com cada herdeiro acrescentado ao Reino Celestial.

Que possamos contribuir para que esse Reino cresça cada dia mais, levando a Palavra de Deus a cada pessoa que possa nos ouvir, estendendo a nossa mão e amando o nosso irmão como Deus nos ama.

Deus abençoe cada um de nós! Amém!


Texto por: Carol Alves
“Sou esposa do Gustavo, mãe do Felipe, dona de casa, empresária e uma filha de Deus que sentiu a necessidade de transbordar o amor que recebo, diariamente, do Pai.


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